UMA COLECÇÃO DE AZULEJO

Resumo

Regressando ao tema do coleccionismo, o AzLab#43 centrou-se na colecção de azulejos do arquitecto José Maria Nepomuceno, que está a ser estudada no âmbito dos projectos digitais do ARTIS – o Az Infinitum e o Orion.

Depois da introdução de Rosário Salema de Carvalho, que explicou o conceito deste AzLab, Vera Mariz começou por apresentar de forma sumária os dois projectos, revelando de que modo nasceu a ideia de articulação entre ambos e o trabalho que está actualmente a ser desenvolvido. Fábio Ricardo, bolseiro de investigação do Az Infinitum e do Orion, focou a sua apresentação nas tarefas que está a realizar, mostrando o modo de funcionamento da base de dados interrelacional que suporta o Orion, assim como as metodologias inerentes e partilhando com o público os sucessos e as dificuldade que um trabalho desta natureza comporta.

A última parte do AzLab foi dedicada a questões de aprofundamento de investigação, com Vera Mariz a revelar uma série de novos dados relacionados com os leilões das colecções Nepomuceno e Ameal, e com Rosário Salema de Carvalho a mostrar como, através do Az Infinitum, se pode aprofundar o estudo das proveniências, entendidas no contexto desta plataforma, como os locais de origem dos revestimentos.

O debate foi, como sempre, muito participativo, e o entusiasmo dos três participantes por este crossover entre projectos digitais acabou por contagiar o público, que quis contribuir com sugestões de investigação e perguntas mais abrangentes sobre o conhecimento das proveniências de outras colecções de azulejo em Portugal.

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A COLLECTION OF AZULEJO


Session overview

Going back to the theme of collections, AzLab#43 was centered on the azulejo (tile) collection of the architect José Maria Nepomuceno, which is being studied in the context of the ARTIS digital projects – Az Infinitum and Orion.

After the introduction of Rosário Salema de Carvalho, who explained the concept of this AzLab, Vera Mariz began by summarizing the two projects, revealing how the idea of articulation between the two was born and the work that is currently being developed. Fábio Ricardo, a research fellow at Az Infinitum and Orion, focused his presentation on the tasks he is doing, showing how the interrelational database that supports Orion works, as well as the inherent methodologies, and sharing with the public successes and difficulties that a work of this nature entails.

The last part of AzLab was dedicated to deepening research questions, with Vera Mariz revealing a series of new data related to the auctions of the Nepomuceno and Ameal collections, and Rosário Salema de Carvalho showing how, through Az Infinitum, we can further the study of provenances, understood in the context of this platform, as the places of origin of the coverings.

The debate was, as always, very participative, and the enthusiasm of the three participants for this crossover between digital projects ended by “infecting” the public, who wanted to contribute with research suggestions and more comprehensive questions about the knowledge of provenances of other azulejo (tile) collections in Portugal.

UMA COLECÇÃO DE AZULEJO

7 de Novembro ​​de​ ​2018 ​|​ ​18h00​ ​|​ ​Faculdade​ ​de​ ​Letras​ ​da​ ​Universidade​ ​de​ ​Lisboa​ ​|​ ​sala​ ​5.2

[​ ​—​ ​Please​ ​scroll​ ​down​ ​for​ ​English​ ​version​ ​—​ ​]

Convidados:
Vera Mariz [ARTIS – Instituto de História da Arte, Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa]
Fábio Ricardo [Az – Rede de Investigação em Azulejo, ARTIS-IHA/FLUL]
Rosário Salema de Carvalho [Az – Rede de Investigação em Azulejo, ARTIS-IHA/FLUL]

Vera Mariz
É investigadora integrada do ARTIS – Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Actualmente desenvolve um pós-doutoramento sobre Mercados de Arte em Portugal (1833-1945), com uma bolsa da Fundação para a Ciência e a Tecnologia. É doutorada em História/História da Arte, Património e Restauro (2016) e mestre em Arte, Património e Teoria do Restauro (2011), ambos pela mesma instituição. Os seus interesses de investigação, habitualmente focados nos séculos XIX e XX, são história das colecções, mercados de arte e história da teoria do restauro. Tem publicado vários artigos em revistas científicas nacionais e internacionais, assim como livros e capítulos de livros.

Fábio Ricardo
É bolseiro de investigação do ARTIS – Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde trabalha nos projectos Az Infinitum – Sistema de Referência e Indexação de Azulejo e ORION – Art collections and collectors in Portugal. Actualmente encontra-se a iniciar o mestrado em História da Arte e Património na mesma faculdade. Os seus principais interesses de investigação são a arqueologia, a história antiga, o azulejo e a fotografia.

Rosário Salema de Carvalho
É investigadora integrada do ARTIS – Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, desenvolvendo actividade no Az – Rede de Investigação em Azulejo (grupo a que pertence desde 2007), onde é bolseira de pós-doutoramento da FCT (tendo como instituição de acolhimento o ARTIS e o MNAz) com um projecto de investigação dedicado às molduras do azulejo barroco. É doutorada em História da Arte e Mestre em Arte Património e Restauro pela mesma instituição. Tem desenvolvido investigação na área da azulejaria portuguesa, com vários artigos publicados em revistas científicas nacionais e internacionais, assim como livros e capítulos de livros.

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A COLLECTION OF AZULEJO


November 7th,
2018
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18h00 | Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa | room 5.2

Invited speakers:
Vera Mariz [ARTIS – Instituto de História da Arte, Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa]
Fábio Ricardo [Az – Rede de Investigação em Azulejo, ARTIS-IHA/FLUL]
Rosário Salema de Carvalho [Az – Rede de Investigação em Azulejo, ARTIS-IHA/FLUL]

Vera Mariz
Researcher at ARTIS (History of Art Institute, School of Arts and Humanities, University of Lisbon), Vera Mariz is currently developing a post-doctoral project on the Portuguese Art Market (1833-1945), which was awarded with a Foundation for Science and Technology post-doctoral fellowship. She has a PhD in History / Art History, Art, Heritage and Restoration (2016) and a Master’s Degree in Art, Heritage and Restoration Theory (2011), both from the School of Arts and Humanities (ULisboa). Her research interests, generally limited to the 19th and 20th centuries, are in the areas of history of collecting, art market, and history of architectural restoration. She has published several articles in national and international scientific journals, as well as book chapters and a book.

Fábio Ricardo
With a grant from ARTIS (History of Art Institute, School of Arts and Humanities, University of Lisbon) Fábio Ricardo works in the projects Az Infinitum — Azulejo Indexation and Referencing System and ORION – Art collections and collectors in Portugal. Currently he is starting a MA in History of Art and Heritage at the same university. His main research interests are archeology, ancient history, azulejo and photography.

Rosário Salema de Carvalho
Researcher at ARTIS (History of Art Institute, School of Arts and Humanities, University of Lisbon), and executive coordinator of the group Az – Azulejo Research Network. She has a PhD in History / Art History (2012), from the School of Arts and Humanities (ULisboa) and a Master’s Degree in Art, Heritage and Restoration Theory from the same School (2007), both with theses about Baroque Azulejos. Currently developing a post-doctoral research (awarded by Foundation for Science and Technology – FCT), dedicated to the issue of frames in Baroque tile decorations, hosted by ARTIS (Az) and the National Azulejo Museum, Rosário Salema de Carvalho is the author of several books and articles on Portuguese azulejos published in national and international scientific journals.

UMA COLECÇÃO DE AZULEJO

7 de Novembro ​​de​ ​2018 ​|​ ​18h00​ ​|​ ​Faculdade​ ​de​ ​Letras​ ​da​ ​Universidade​ ​de​ ​Lisboa​ ​|​ ​sala​ ​5.2

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Originalmente concebido como revestimento arquitectónico, o azulejo pode, em determinadas circunstâncias, acabar por ser retirado do seu local de aplicação, transitando então para colecções públicas ou privadas. Independentemente das circunstâncias que ditam estas transformações – entre as quais se destacam, evidentemente, a extinção das ordens religiosas e os processos de desamortização e nacionalização dos seus bens a partir de 1834 –, certo é que as mesmas afectam amplamente a natureza do azulejo, na medida em que, ao ser entendido como objecto coleccionável, deixa de ser parte integrante de uma construção arquitectónica, perdendo a sua relação com o espaço e, consequentemente, o seu contexto original.

Apoiando-se na investigação que tem vindo a ser desenvolvida no contexto dos projectos digitais do ARTIS (Az Infinitum e Orion), o AzLab#43 pretende explorar as questões relacionadas com as colecções de azulejo, quer do ponto de vista dos coleccionadores quer da proveniência das peças,* usando como caso de estudo a colecção do arquitecto José Maria Nepomuceno.

Convidados:
Vera Mariz [ARTIS – Instituto de História da Arte, Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa]
Fábio Ricardo [Az – Rede de Investigação em Azulejo, ARTIS-IHA/FLUL]
Rosário Salema de Carvalho [Az – Rede de Investigação em Azulejo, ARTIS-IHA/FLUL]

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* O conceito de proveniência é entendido neste contexto como a história de propriedade mas também como o local de origem das peças.

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A COLLECTION OF AZULEJO


November 7th,
2018
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18h00 | Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa | room 5.2

Originally conceived as architectural elements, designed to cover the walls of buildings, the azulejos may, in certain circumstances, eventually be removed from their original locations and ended up in private collections. Independently of the political, social and religious factors that dictate these transformations (among which the extinction of the religious orders and the processes of confiscation and nationalization of their goods from 1834), it is certain that they affect widely the nature of the azulejo (tile). Being understood as a collectible object, the azulejo lost its original context and was thus deprived of its relationship with the surrounding space.

Supported on the research that has been developed in the context of ARTIS digital projects (Az Infinitum and Orion), AzLab#43 intends to explore issues related to azulejo collections, both from the point of view of collectors and from the provenance of the pieces,* using as a case study the collection of the architect José Maria Nepomuceno.

Invited speakers:
Vera Mariz [ARTIS – Instituto de História da Arte, Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa]
Fábio Ricardo [Az – Rede de Investigação em Azulejo, ARTIS-IHA/FLUL]
Rosário Salema de Carvalho [Az – Rede de Investigação em Azulejo, ARTIS-IHA/FLUL]

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* The concept of provenance is understood in this context as the history of ownership but also the objects’ place of origin.

Ao longo das últimas semanas temos recebido alguns comentários ao AzLab e várias sugestões, que muito agradecemos. Uma sugestão importante, e que passaremos a seguir já na próxima sessão, é a de clarificar, na divulgação e principalmente no próprio blogue, que é possível fazer perguntas no blogue/por e-mail, para serem respondidas na sessão presencial. O moderador escolhe algumas dessas questões, articulando as mesmas com as intervenções da assistência. As perguntas e uma síntese das respostas serão publicadas no blogue.
Outra sugestão prende-se com a possibilidade de fazer uma síntese que, no blogue, funcionasse como memória das apresentações e do debate. Queremos que o blogue seja, cada vez mais, um espaço de debate e que, quem esteve nas sessões, possa acrescentar comentários à nossa “acta”. Por isso aqui fica um breve resumo do que se passou em Janeiro.

O AzLab Azulejo & Coleccionismo teve início com apresentações de cada um dos convidados. Feliciano David começou por contar a história da formação da sua colecção e, depois, António Miranda falou sobre o Museu da Cidade abordando alguns dos seus espólios, e referindo-se ainda à sua própria colecção de cerâmica. Houve algumas perguntas da assistência que, juntamente com a moderação de Alexandre Pais e na sequência da intervenção de António Miranda, conduziram o debate no sentido da ideia do coleccionismo como uma obsessão, e onde não faltaram referências a Hitchcock.
As imagens da sessão foram publicadas no facebook do Az Infinitum e houve um comentário do Professor Vítor Serrão, que transcrevemos: “Foi uma excelente sessão, muito esclarecedora, com a moderação de Alexandre Pais e os testemunhos de Feliciano David e António Miranda, sobre as colecções de azulejo e cerâmica e, de modo mais lacto, sobre o coleccionismo em Portugal. Estes painéis-debate prometem!”.

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Over the past few weeks we have received several comments and suggestions to AzLab, that we truly appreciate. An important suggestion, which we will follow on the next session, is to clarify (in the dissemination and mainly on the blog) that you can ask questions on the blog or by email. The moderator will choose some of these questions to be answered during the live session. The questions and a summary of the answers will be posted on the blog.
Another proposal relates to the possibility of making a synthesis which, on the blog, will work as a memory of the presentations and of the following discussion. More and more, we want the blog to be a place for debate where who were present in the sessions can add comments to our “records”. And here is a brief summary of what happened in January.

The AzLab Azulejo & Collections started with presentations of the guests. Feliciano David began to tell the story of his collection and Antonio Miranda spoke about the Lisbon City Museum addressing some of its collections, mentioning  also his own ceramic collection. There were some questions from the audience which, together with the moderation of Alexandre Pais and following the intervention of Antonio Miranda, led the discussion towards the idea of collecting as an obsession, and there were no lack of references to Hitchcock!
Photos of the session were published in the Az Infinitum facebook and there was a comment from Professor Vítor Serrão, that we transcribe here: “It was a great session, very enlightening, with the moderation of Alexandre Pais and the testimonies of Feliciano David and Antonio Miranda, on collections of azulejo and ceramic and, in a wider view, on collecting in Portugal. These debate-panels are promising”.

Azulejo & Coleccionismo

22 de Janeiro de 2014 | 18h00 | Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa | sala 5.2

3 perguntas | ao Comendador Berardo, a propósito da Colecção Berardo

Qual a história da origem da colecção?
A minha paixão pelos azulejos começou nos bancos da escola primária. Havia, junto à janela da sala de aula, um azulejo com a imagem de um cavaleiro com uma espada e umas grandes botas e eu ficava maravilhado a olhar para ele, a imaginar mil histórias e aventuras. Cresci, “percorri as sete partilhas do mundo” e às vezes, vinha-me à memória a figura do cavaleiro, como um sonho… Ao regressar a Portugal, vindo da África do Sul, descobri e naturalmente interessei-me e apaixonei-me pela azulejaria portuguesa. Fiquei fascinado pela história e cultura que os azulejos transmitem, pela sua beleza, pela variedade de desenhos e pela gama de azuis que possuem.  Foi, então, que aconselhado por colaboradores, historiadores de arte e consultores, como o meu amigo Manuel Leitão, pessoa fundamental neste processo, comecei a minha Colecção.

Há preocupação em documentar as proveniências?
É fundamental! Pois, como sabemos, o colecionismo do azulejo “obriga” a uma desvinculação física e estética do seu contexto original: o arquitectónico. Ainda que, no meu caso, me sinta particularmente felizardo, por ter alguns exemplares in situ na Quinta e Palácio da Bacalhôa.
Contudo, reconheço que é, também, o colecionismo, seja ele público ou privado, que permite a salvaguarda, preservação e difusão desta forma de arte que, não poucas vezes, é alvo de saques e vandalismo.
Como é do conhecimento público tenho várias colecções e em qualquer umas delas, há sempre a preocupação em documentar as proveniências originais, os anteriores colecionadores/proprietários, oficinas, fabricantes, autores, etc. Dou-lhe um exemplo interessante, tenho alguns azulejos a ornamentar a minha casa do Canadá, que são mais antigos que a descoberta daquele país. A documentação é imprescindível!

Como vê o futuro da sua Colecção?
Vejo o futuro da Colecção com muito optimismo. Pois, felizmente, toda a minha família gosta de arte e, embora, tenhamos diferentes países de origem, vivemos todos em Portugal, onde a azulejaria não é apenas uma expressão artística, é também um testemunho, que contribui para o enriquecimento da nossa memória e da nossa identidade.
O meu maior desejo é que a Colecção não se disperse, à semelhança do que aconteceu à Colecção do Comandante Ernesto Vilhena, e outros, que terminaram em leilões, perdendo o seu valor de coleccionismo.
Ando sempre a ver novas peças para aumentar a minha colecção, mas agora, só faz sentido ver outros colecionadores porque, afortunadamente, posso dizer que já tenho um conjunto de obras representativas da História do Azulejo em Portugal.

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Foto: 6ª Exposição Temporária – Azulejaria. Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa, 1947 [© Biblioteca de Arte | Fundação Calouste Gulbenkian]

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AZULEJO & COLLECTIONS

January 22, 2014 | 18h00 | Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa |  room 5.2

3 questions | to Comendador Berardo about the Berardo Collection

What’s the history behind the origin of the collection?
My passion for tiles began on the benches at primary school. There, next to the classroom window, was a tile panel with the image of a knight wearing big boots and carrying a sword and I would sit there amazed, just looking at him, imagining a thousand stories and adventures. I grew up, “travelled the seven continents of the world” and from time to time the figure of that knight would come to my mind, like a dream … On my return to Portugal from South Africa, I discovered, became interested and fell in love with portuguese tiles. I was fascinated by the history and culture that the tiles transmitted, for their beauty, variety of designs and the range of blues that they held. It was then, recommended by art historians and consultants, such as my friend Manuel Leitão, key person in this process, that I began my collection.

Is there a concern in documenting the provenances?
It is essential! For, as we know, collecting tiles “requires” a physical and aesthetic disconnection of their original context: the architectural.  In my case, I feel particularly lucky for having some specimens in situ at the Quinta da Bacalhôa.
However, I recognize that it is also it’s collection, whether public or private, that allows the protection, preservation and diffusion of this art form, as not infrequently, is it the target of looting and vandalism.
As is public knowledge, I have several collections and in any one of them, there is always a concern to document the original provenances, the previous collectors/ owners, workshops, manufacturers, authors, etc. I will give you an interesting example: I have some tiles that decorate my home in Canada, which are older than the discovery of that country. Documentation is essential!

How do you see the future of your collection?
I see the future of the collection with much optimism. Fortunately, my whole family enjoys art, and although we have different countries of origin, we all live in Portugal, where tiles are not just an artistic expression, it is also a testimony that contributes to the enrichment of our memory and of our identity.
My greatest desire is that the collection is not dispersed, similar to that which happened to the Collection of Commander Ernesto Vilhena, and others, that ended up in auctions, losing their collection value.
I am always looking at new pieces to increase my collection, but now it only makes sense to see other collectors because, fortunately, I can say that I already have a set of representative works of the History of Tiles in Portugal.

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Photo: 6ª Exposição Temporária – Azulejaria. Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa, 1947 [© Biblioteca de Arte | Fundação Calouste Gulbenkian]

Azulejo & Coleccionismo

22 de Janeiro de 2014 | 18h00 | Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa | sala 5.2

A importância de documentar os contextos originais
Só se protege aquilo que se conhece! Quando se fala de património e da sua protecção é esta a ideia que prevalece. Sem o seu conhecimento, as condições para uma correcta salvaguarda não estão reunidas, quer do ponto de vista técnico-científico, quer dor ponto de vista ideológico ou mesmo emotivo, essenciais para evitar episódios de negligência ou mesmo de pura iconoclastia. Porém, uma outra ideia devia preceder a já referida: o conhecimento está intimamente ligado ao verificável. Assim se entende a importância do registo fotográfico de uma obra de arte. Esta ideia é tanto ou mais importante quando se fala em revestimentos azulejares concebidos para integrarem uma estrutura arquitectónica, mas que dela são retirados pelas mais diversas razões. Há assim, um “antes” e um “depois” que as gerações futuras não poderão conhecer. Por isso, uma fotografia é um espaço-tempo na vida de um revestimento azulejar e, nesse sentido, é um acto de construção de memória desse mesmo revestimento. Sem estes documentos visuais o seu conhecimento e a sua salvaguarda podem ser postos em causa, o que, em última análise, constitui uma ameaça à sua existência.

Inês Aguiar    | Fotógrafa e investigadora da Rede Temática em Estudos de Azulejaria e Cerâmica João Miguel dos Santos Simões. Bolseira FCT do Museu Nacional do Azulejo |

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Foto: 6ª Exposição Temporária – Azulejaria. Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa, 1947 [© Biblioteca de Arte | Fundação Calouste Gulbenkian]

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AZULEJO & COLLECTIONS

January 22, 2014 | 18h00 | Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa |  room 5.2

The Importance of documenting the original contexts
We only protect that which we know! When talking of heritage and of its protection this is the idea that prevails. Without its knowledge, the conditions for proper safeguard are not met, be it both from a technical and scientific standpoint, or an ideological or even emotive one, essential to avoiding episodes of neglect or even pure iconoclasm. However, another idea should precede the aforementioned: knowledge is intimately linked to the verifiable. So we understand the importance of the photographic record of a work of art. This idea is as or more important when it comes to an azulejo covering designed to integrate an architectural structure, but that has been removed for various reasons. Thus, there is a “before” and “after” that future generations may not know. Therefore, a photograph is a space-time fraction in the life of a tile covering, and in this sense, becomes an act of memory construction of that covering. Without these visual documents its knowledge and its preservation may be jeopardized, which ultimately, is a threat to its existence.

Inês Aguiar    | Photographer and researcher at João Miguel dos Santos Simões Thematic Network on the Study of Tiles and Ceramics. FCT grant holder from National Museum of Azulejo |

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Photo: 6ª Exposição Temporária – Azulejaria. Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa, 1947 [© Biblioteca de Arte | Fundação Calouste Gulbenkian]

Azulejo & Coleccionismo

22 de Janeiro de 2014 | 18h00 | Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa | sala 5.2

Convidados:
Feliciano David
António Miranda [Museu da Cidade, Lisboa]

Moderador:
Alexandre Pais [Museu Nacional do Azulejo]

A Colecção Graciete Rodrigues e Feliciano David conta actualmente com cerca de cinco a seis dezenas de milhar de azulejos, numa cronologia que tem início nos exemplares do séc. XVI e termina na primeira metade do séc. XX. Para além da colaboração com o Museu de Cerâmica de Sacavém, com o Museu de Cerâmica das Caldas da Rainha e com o Museu Nacional do Azulejo no depósito e empréstimo de peças para exposições temporárias e exposição permanente, merecem especial destaque as últimas três exposições realizadas exclusivamente com azulejos desta colecção: figura avulsa (2011), Arte Nova (2011-2012) e Arte Déco (2013).

António Miranda é coordenador-geral do Museu da Cidade, Lisboa, desde Maio de 2013. Licenciado em História pela Faculdade de Letras, Universidade de Lisboa, possui ainda o Curso de Especialização em Ciências Documentais pela mesma instituição. Trabalha na Câmara Municipal de Lisboa desde 1991, onde desempenhou diversas funções na área patrimonial, das quais se destacam a sua colaboração nos gabinetes locais do Bairro Alto, Bica e Madragoa no âmbito da qual desenvolveu investigação histórica e iconográfica sobre a cidade, nomeadamente azulejaria. Integra ainda o PISAL – Programa de Investigação e Salvaguarda do Azulejo de Lisboa. Colaborou como consultor histórico de diversos projectos e é ainda autor de diversas publicações na área de história da cidade de Lisboa.

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Foto: 6ª Exposição Temporária – Azulejaria. Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa, 1947 [© Biblioteca de Arte | Fundação Calouste Gulbenkian]

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AZULEJO & COLLECTIONS

January 22, 2014 | 18h00 | Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa |  room 5.2

Invited speakers:
Feliciano David
António Miranda [Lisbon City Museum]

Moderator:
Alexandre Pais [National Museum of Azulejo]

The Collection Graciete Rodrigues and Feliciano David currently has about five to six tens of thousands of tiles, in a chronology that begins with tiles from the 16th century up to the first half of the 20th century. In addition to the collaboration with the Museum of Ceramics of Sacavém, the Museum of Ceramics of Caldas da Rainha and the National Museum of Azulejo in the deposit and loaning of pieces to temporary exhibitions and permanent exhibitions, they deserve a special mention for the last three exhibitions held exclusively with tiles from the collection: single figure (2011), Art Nouveau (2011-2012) and Art Deco (2013).

António Miranda has been general-coordinator of the Lisbon City Museum since May 2013. He has a degree in History from the Faculty of Letters, University of Lisbon, and also has the Specialized Course on Documental Sciences from the same institution. António Miranda has worked in the Lisbon municipality since 1991, developing different roles on the heritage area, from which his collaboration with Bairro Alto, Bica and Madragoa heritage departments is highlighted. He developed historical and iconographic research about the city, and particularly, about tiles. He is also integrated in  the PISAL –  Programa de Investigação e Salvaguarda do Azulejo de Lisboa (Research Program and Safeguard of Tiles in Lisbon). He collaborated as historical consultant in different projects and is author of diverse publications in the history of Lisbon.

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Photo: 6ª Exposição Temporária – Azulejaria. Museu Nacional de Arte Antiga, Lisboa, 1947 [© Biblioteca de Arte | Fundação Calouste Gulbenkian]