MEMÓRIAS, FÁBRICAS & MOSTRUÁRIOS

3 de Dezembro de 2014 | 18h00 | Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa | sala 5.2

A colecção da Cortiço & Netos – a pele das cidades
João Cortiço [Cortiço & Netos]

A colecção da Cortiço & Netos testemunha o que foi a impressionante variedade e quantidade da produção industrial (pós-1960?) de azulejos portugueses. Na colecção encontram-se centenas de padrões diferentes produzidos, massivamente, por fábricas de todo o país.

Esta produção teve um reflexo evidente na cultura urbana (e sub-urbana) portuguesa. Por todo o país, os azulejos de produção industrial cobrem as fachadas dos prédios como se fossem a pele das cidades, assim como numa camada sub-epidérmica nos seus interiores. O azulejo passou de elemento decorativo nobre, presente em palacetes, palácios, mosteiros, etc., para uma presença ubíqua na nossa cultura material. De certa forma, a colecção documenta o momento de apropriação popular da tradição azulejar portuguesa.

A preservação da colecção ajuda a contar apenas metade da história. A produção de azulejo industrial é, nos dias de hoje, residual. Mas por todo o país permanecem inúmeros vestígios do que foram décadas de intensa, massiva e obstinada produção de azulejo. Esta presença nas cidades também faz parte da nossa memória colectiva. Fará sentido preservar toda esta presença urbana?

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MEMORIES, FACTORIES & SHOWCASES


December 3, 2014 | 18h00 | Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa | room 5.2

The Cortiço & Netos Collection – the skin of the cities
João Cortiço [Cortiço & Netos]

The Cortiço & Netos collection witnesses what was the amazing variety and quantity of portuguese azulejo of the industrial production period (after-1960?). In it we can find hundreds of different patterns produced massively by factories across the country.

This production had a clear manifestation in the portuguese urban (and sub-urban) culture. Nationwide, the azulejos‘ industrial production covers the buildings facades as if they were the skin of cities, as well as a sub-epidermal layer in its interiores. The azulejo went from noble decorative element, present in mansions, palaces, monasteries, etc., to a ubiquitous presence in our material culture. In a way, the collection documents the moment of popular appropriation of the tradition of portuguese azulejo.

The preservation of this collection tells only half the story. The azulejo industrial production is, today, residual. However, all over the country, there are numerous traces of decades of intense, massive and persistent azulejo production. This presence in the cities is also part of our collective memory. Will it make sense the preservation of all this urban presence?

MEMÓRIAS, FÁBRICAS & MOSTRUÁRIOS

3 de Dezembro de 2014 | 18h00 | Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa | sala 5.2

As antigas fábricas produtoras de azulejaria e os seus mostruários
Francisco Queiroz [CEPESE]

Em geral, as fábricas do século XIX que fabricavam azulejos, além de editarem catálogos, possuíam mostruários: uns mais formais, e destinados a facilitar as encomendas, e outros mais informais, projectando a imagem da fábrica e da qualidade dos seus produtos através da decoração dos seus próprios edifícios. E algumas fábricas foram tão assertivas nesta estratégia, que, no início do século XX, referindo-se à Fábrica de Cerâmica das Devesas, Joaquim de Vasconcelos afirmou: as “mil variedades de peças em material refractário de primeira ordem, que estão aplicados nos edifícios da vasta fábrica, nas dependências dela, em numerosas habitações económicas para operários que a rodeiam e até na actual residência do dono, um palacete acastelado de pitoresco aspecto – atestam que não há problema constructivo ou decorativo que a fábrica das Devezas não seja capaz de resolver com o barro”.

Os vários edifícios a que Joaquim de Vasconcelos aludia enfrentaram várias vicissitudes. Uns foram parcialmente alterados ou descontextualizados. Outros, ruíram. Outros ainda, foram parcialmente mutilados ou demolidos por alegadas razões de segurança. Muito se perdeu irremediavelmente ao longo do século XX, em termos de mostruários e de edifícios fabris ligados à história do azulejo português. Porém, paradoxalmente, não é por serem mais raros os exemplos subsistentes, e por maior valor se atribuir hoje à azulejaria de fachada, que a situação actual dos antigos edifícios fabris e seus mostruários tem melhorado. Neste contexto refira-se também o caso da Fábrica de Santo António do Vale da Piedade.

Além do seu valor patrimonial intrinseco, os edifícios das antigas fábricas permitem-nos obter dados fundamentais para a compreensão do azulejo português dos séculos XIX e XX. É necessário salvaguardar, restaurar e conservar os edifícios subsistentes, afectando-os a funções consentâneas com a importância histórica e artística desta antiga fábrica. Mas como fazê-lo? Quais os obstáculos e os desafios? O que pode ainda ser salvo?

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MEMORIES, FACTORIES & SHOWCASES


December 3, 2014 | 18h00 | Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa | room 5.2

The old factories, manufacturers of azulejos, and their showcases
Francisco Queiroz [CEPESE]

In general, the 19th century factories that manufactured azulejos, besides publishing catalogs, also had showcases: some more formal, designed to facilitated the orders, and others, more informal, to project the image of the factory and the quality of their products through the decoration of their own buildings. Some factories were so assertive in this strategy that, in the early 20th century, referring to the Devesas Ceramic Factory, Joaquim de Vasconcelos asserted that the: “mil variedades de peças em material refractário de primeira ordem, que estão aplicados nos edifícios da vasta fábrica, nas dependências dela, em numerosas habitações económicas para operários que a rodeiam e até na actual residência do dono, um palacete acastelado de pitoresco aspecto – atestam que não há problema constructivo ou decorativo que a fábrica das Devezas não seja capaz de resolver com o barro” (“thousand varieties of refractory material pieces, that are applied in the buildings of the vast factory, in its dependencies, in many economic housings for workers that live around it and even in the current residence of the owner, a castellated mansion of picturesque aspect – attest that there is no constructive or decorative problem that the Devesas Factory is not able to resolve with clay”).

The several buildings that Joaquim de Vasconcelos alluded faced many reverses of fortune. Some were partially altered or decontextualized. Others, collapsed. Still others were partially mutilated or demolished for alleged security reasons. Much was irretrievably lost during the 20th century, in terms of showcases and factory buildings linked to the history of portuguese azulejo. However, paradoxically, it’s not because the surviving examples are more rare, hence adding today a greater value to facade azulejos, that the that the current situation of the old factory buildings and their showcases has improved. In this context, it is also worthy of mention the case of the Santo António do Vale da Piedade Factory.

In addition to its intrinsic heritage value, the buildings of the old factories allow us to obtain fundamental data for the comprehension of the 19th and 20th centuries portuguese azulejo. It’s necessary to safeguard, restore and conserve the remaining buildings, allocating them to functions consistent with the historical and artistic importance of this old factories. But how to do it? What are the obstacles and challenges? What can still be saved?

MEMÓRIAS, FÁBRICAS & MOSTRUÁRIOS

3 de Dezembro de 2014 | 18h00 | Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa | sala 5.2

Convidados:
Francisco Queiroz [Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade]
João Cortiço [Cortiço & Netos]

Moderador:
Inês Aguiar [Rede Temática em Estudos de Azulejaria e Cerâmica João Miguel dos Santos Simões – ARTIS-IHA/FLUL]

Francisco Queiroz
Doutor em História da Arte pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Investigador do CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade. Professor do Mestrado Integrado em Arquitectura da Escola Superior Artística do Porto. Autor de estudos nas áreas da História da Arte, da História Local, da História da Família, da História da Arquitectura e Urbanismo, da Reabilitação Urbana e do Património em geral. Tem um especial interesse pelos artefactos cerâmicos para decoração arquitectónica, e pela sua produção durante o Romantismo, contando com vinte anos de pesquisa sobre esse tema.

João Cortiço
É, desde 2013, vice-presidente da Associação para a Interpretação do Azulejo Industrial (AIAI). Para além disso, trabalha ocasionalmente como designer gráfico e está a terminar um doutoramento em Design na TU Delft (Holanda.) Tem um mestrado em Design de Comunicação e uma licenciatura em Design de Produto da Faculdade de Arquitectura de Lisboa (FA+UD UL).

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Foto: Fábrica das Devesas [© Francisco Queiroz]

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MEMORIES, FACTORIES & SHOWCASES


December 3, 2014 | 18h00 | Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa | room 5.2

Invited speakers:
Francisco Queiroz [Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade]

João Cortiço [Cortiço & Netos]

Moderator:
Inês Aguiar [Rede Temática em Estudos de Azulejaria e Cerâmica João Miguel dos Santos Simões – ARTIS-IHA/FLUL]

Francisco Queiroz 
Francisco Queiroz holds a PhD in History of Art (University of Porto). Aside of being the lead researcher of the “Heritage, Culture and Tourism” research line at the CEPESE – Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade (University of Porto), he is also a professor of the Escola Superior Artística do Porto. He has published books in several fields of knowledge, from Art History to Family History and Urban Regeneration. He has a special interest in ceramic artefacts for architectural decoration and its production during the Romanticism, relying on twenty years of research on this topic.

João Cortiço
João Cortiço is vice-president of the association for interpretation of industrial tile (AIAI) since 2013. He is also a free-lance graphic designer and PhD candidate at TU Delft. He holds a Master of Communication Design from the Faculty of Architecture of the University of Lisbon (FA+UD UL) and a bachelor of Product Design from the same University.

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Foto: Fábrica das Devesas [© Francisco Queiroz]

MEMÓRIAS, FÁBRICAS & MOSTRUÁRIOS

3 de Dezembro de 2014 | 18h00 | Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa | sala 5.2

As fábricas de azulejo, os seus mostruários e as memórias que lhes estão associadas constituem os temas em destaque nesta sessão do AzLab. A intervenção de Francisco Queiroz incide de forma muito particular sobre as antigas Fábrica das Devesas e Fábrica de Santo António do Vale da Piedade, numa perspectiva histórica e de salvaguarda do próprio edifício da fábrica, também entendido enquanto mostruário de azulejos. A partir da memória das fábricas, João Cortiço vai abordar a continuidade da produção industrial do século XX, explicando o papel do projecto Cortiço & Netos na actualização e preservação de um legado colectivo. Pretende-se debater a importância dos edifícios das antigas fábricas e a relevância dos seus testemunhos para a compreenssão do azulejo português dos séculos XIX e XX, procurando perceber de que forma é possível salvaguardar, restaurar e conservar os edifícios e as memórias subsistentes.

Convidados:
Francisco Queiroz [Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade]
João Cortiço [Cortiço & Netos]

Moderador:
Inês Aguiar [Rede Temática em Estudos de Azulejaria e Cerâmica João Miguel dos Santos Simões – ARTIS-IHA/FLUL]

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Foto: Fábrica das Devesas [© Francisco Queiroz]

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MEMORIES, FACTORIES & SHOWCASES


December 3, 2014 | 18h00 | Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa | room 5.2

The factories of azulejo, its showcases and associated memories are the featured topics of the this AzLab session. Francisco Queiroz’s intervention will focus, on a very particular way, on the Devesas Factory and Santo António do Vale da Piedade Factory, in a historical and safeguard perspective of the factory building, also understood as a showcase of azulejos. From the memories of the factories, João Ferreira will address the continuity of the 20th century industrial production , explaining the role of the project of Cortiço & Netos in the updating and preservation of a collective legacy. In this session, we aim to debate the importance of the buildings of the old factories and the relevance of its testimonies for the understanding of the 19th and 20th centuries portuguese azulejo, seeking to perceive how it’s possible to safeguard, restore and conserve the buildings and the remaining memories.

Invited speakers:
Francisco Queiroz [Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade]

João Cortiço [Cortiço & Netos]

Moderator:
Inês Aguiar [Rede Temática em Estudos de Azulejaria e Cerâmica João Miguel dos Santos Simões – ARTIS-IHA/FLUL]

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Photo: Fábrica das Devesas [© Francisco Queiroz]

O AzLab dedicado ao tema da Salvaguarda teve como convidados Elsa Garrett Pinho e Paulo Ferrero, e contou com a moderação de Maria João Neto. A sessão começou com a intervenção de Elsa Pinho, que fez um resumo da legislação vigente que permite a salvaguarda dos bens nacionais e, mais concretamente, do património integrado. Durante a sua comunicação, foram apresentadas as principais ameaças a que o património integrado, em especial o azulejo, está sujeito e a forma como este pode ser protegido através dos processos de classificação do património cultural. A intervenção terminou com um conjunto de medidas que, em sua opinião, poderiam solucionar alguns dos problemas de salvaguarda que o azulejo actualmente apresenta. Entre estas destaca-se a maior fiscalização, a eficaz regulamentação e a aplicação das leis existentes, que já prevêm sanções adequadas.

Paulo Ferrero centrou a sua apresentação no problema da salvaguarda do azulejo na cidade de Lisboa, tendo apresentado casos concretos de destruição do património azulejar. Frisou ainda que os mecanismos de protecção e actuação em vigor são ineficazes ou insuficientes e que estes deviam ser complementados por campanhas de sensibilização e estratégias que assentem na proximidade (de bairros ou locais afectados) e não na criação de grandes equipas de salvaguarda.

O tema levantou várias questões, que foram discutidas no período de debate que se seguiu. Na sua maioria, as dúvidas incidiram sobre o processo de classificação, desde o pedido de classificação de um bem, até ao nível de protecção que lhe é assegurada. Falou-se ainda da importância da sensibilização dos cidadãos e da melhor forma de o fazer, sendo que, neste ponto, as propostas foram variadas, passando por campanhas publicitárias de sensibilização da população e dos turistas e pela responsabilidade de várias entidades, como os municípios, as Universidades e o Estado. O período de debate terminou com a leitura de uma pergunta feita no blogue, acerca da actual situação da Casa da Sorte (veja aqui uma síntese da resposta).

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The AzLab, Safeguard, had as guests Elsa Garrett Pinho and Paulo Ferrero, and was moderated by Maria João Neto. It started with Elsa Pinho’s presentation who summarized the current law that allows the protection of the national heritage assets and, more specifically, of the integrated heritage. She presented the main threats to this heritage, specially the azulejo, and how it can be protected through the processes of classification of the cultural heritage. Her presentation ended with a series of means that, in her opinion, could solve some of the problems of safeguarding that the azulejo currently has. Among these it stands out a greater supervision, an effective regulation and the implementation of the existing laws, which already provide the appropriate sanctions.

Paulo Ferrero focused his presentation on the problem of safeguarding the azulejo in Lisbon, presenting concrete cases of destruction of the azulejo heritage. He also stressed that the protection mechanisms and actions in place are ineffective or insufficient and that these should be complemented by awareness campaigns and strategies that are based on the proximity (of affected neighborhoods and locations) and not in creating great teams of safeguard.

The subject raised several questions, which were discussed during the following debate. Most of the questions focused on the classification process since the request for the classification of an asset up to the level of protection that is provided to it. There were references to the importance of raising public awareness and the best way to do, and, at this point, the proposals were varied, going through advertising campaigns to raise the above mentioned public awareness, the tourists and the responsibility of various entities, such as municipalities, universities and the state. The debate ended with the reading of a question in the blog, about the current situation of the Casa da Sorte (see here a prompt synthesis).

SALVAGUARDA

12 de Novembro de 2014 | 18h00 | Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa | sala 5.2

Azulejo, bem te querem, mal te querem
Paulo Ferrero

É tido e sabido que o azulejo é um factor identitário da nossa cultura. Aliás, se há “arquitectura portuguesa”, o azulejo será o elemento que melhor a caracterizará. Seja pela via decorativa, seja pela utilitária. Foi mesmo, e poderá sê-lo novamente, um “factor de alavancagem” económica nacional, como agora se diz, por força do “efeito multiplicador” inegável a vários níveis e junto de vários segmentos da economia ao longo de alguns séculos, não poucos.

Contudo, caídos em desuso e considerados mesmo objectos desprezíveis, uns, fruto quiçá de algum complexo novo-rico por terem sido associados em finais de XIX a habitações para classes mais baixas, usados como adorno rápido, barato e bonito, por um lado, mas também como factor de melhor climatização das habitações; os azulejos são hoje remetidos, na maioria esmagadora dos casos para acessório de estação de metropolitano ou, pior, de w.c. de terceira categoria.

Chegado aqui, o que eu vejo por Lisboa, e imagino que passe igual no resto do país, resume-se tristemente a isto: ao roubo e à pilhagem sem precedentes de azulejos de fachada e de interior, um pouco por todo o lado, mais a sua frenética estropiação – para o que muito contribui ao desconhecimento técnico generalizado de quem é suposto conservá-los e repará-los, mais uma regulamentação oficial insípida (quando existente) a nível urbanístico (camarário) e comercial, e logo se vê a facilidade com que azulejos de grande valor aparecem no mercado negro, em “sites” por esse mundo fora, “exportados” sabe-se lá como e por quem, rapinados naquela igreja, naquele solar ou, simplesmente, naquele prédio humilde de Campo de Ourique que teve, algures no tempo, uma linda fachada com decoração Arte Nova.

Mas se os boletins de exportação são contornáveis pelos “exportadores”, convivemos diariamente com uma não menos imoral e ilegítima comercialização, feita à vista de todos, à descarada, nas feiras das ladras(os) e nos próprios antiquários, aliás. De onde vêm aqueles azulejos que se vendem por aí? Têm todos o respectivo certificado de origem?

Pois é, tem ido tudo, mesmo, dos azulejos feitos à mão aos produzidos em série; de painéis completos de átrios esquecidos por aí, a azulejos sabiamente picados e retirados estrategicamente de uma ombreira de porta que ninguém soube fechar.

Que fazer para contrariar esta hecatombe patrimonial?

Planos de salvaguarda. Regulamentar de forma inequívoca e eficaz. Ter mão firme nos infractores. Fazer inventários completos. Apostar no azulejo como “cluster”. Relançar o azulejo como elemento decorativo descomplexado e indutor de conforto das habitações. Certificar empresas e especialistas. Fácil.

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SAFEGUARD


November 12, 2014 | 18h00 | Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa | room 5.2

Azulejo, we love you, we love you not (Abstract)
Paulo Ferrero

It is well-known that the azulejo is a distinctive form of art of our culture. In fact, if there is “portuguese architecture”, the azulejo is the best element that characterizes it.

However, what the author see in Lisbon and imagine that the same happens in the rest of the country, sadly comes down to the unprecedented theft and dilapidation of azulejos. The question is: what can be done to counter this heritage hecatomb? The author’s suggestion are: Plans of safeguarding. Regulations. Combat and punish the infractors. Make inventories. Betting on the azulejo as a “cluster”. Reviving the azulejo as a decorative element with other values. Certify companies and specialists. In his words: It’s easy!