O AzLab dedicado ao tema da Salvaguarda teve como convidados Elsa Garrett Pinho e Paulo Ferrero, e contou com a moderação de Maria João Neto. A sessão começou com a intervenção de Elsa Pinho, que fez um resumo da legislação vigente que permite a salvaguarda dos bens nacionais e, mais concretamente, do património integrado. Durante a sua comunicação, foram apresentadas as principais ameaças a que o património integrado, em especial o azulejo, está sujeito e a forma como este pode ser protegido através dos processos de classificação do património cultural. A intervenção terminou com um conjunto de medidas que, em sua opinião, poderiam solucionar alguns dos problemas de salvaguarda que o azulejo actualmente apresenta. Entre estas destaca-se a maior fiscalização, a eficaz regulamentação e a aplicação das leis existentes, que já prevêm sanções adequadas.

Paulo Ferrero centrou a sua apresentação no problema da salvaguarda do azulejo na cidade de Lisboa, tendo apresentado casos concretos de destruição do património azulejar. Frisou ainda que os mecanismos de protecção e actuação em vigor são ineficazes ou insuficientes e que estes deviam ser complementados por campanhas de sensibilização e estratégias que assentem na proximidade (de bairros ou locais afectados) e não na criação de grandes equipas de salvaguarda.

O tema levantou várias questões, que foram discutidas no período de debate que se seguiu. Na sua maioria, as dúvidas incidiram sobre o processo de classificação, desde o pedido de classificação de um bem, até ao nível de protecção que lhe é assegurada. Falou-se ainda da importância da sensibilização dos cidadãos e da melhor forma de o fazer, sendo que, neste ponto, as propostas foram variadas, passando por campanhas publicitárias de sensibilização da população e dos turistas e pela responsabilidade de várias entidades, como os municípios, as Universidades e o Estado. O período de debate terminou com a leitura de uma pergunta feita no blogue, acerca da actual situação da Casa da Sorte (veja aqui uma síntese da resposta).

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The AzLab, Safeguard, had as guests Elsa Garrett Pinho and Paulo Ferrero, and was moderated by Maria João Neto. It started with Elsa Pinho’s presentation who summarized the current law that allows the protection of the national heritage assets and, more specifically, of the integrated heritage. She presented the main threats to this heritage, specially the azulejo, and how it can be protected through the processes of classification of the cultural heritage. Her presentation ended with a series of means that, in her opinion, could solve some of the problems of safeguarding that the azulejo currently has. Among these it stands out a greater supervision, an effective regulation and the implementation of the existing laws, which already provide the appropriate sanctions.

Paulo Ferrero focused his presentation on the problem of safeguarding the azulejo in Lisbon, presenting concrete cases of destruction of the azulejo heritage. He also stressed that the protection mechanisms and actions in place are ineffective or insufficient and that these should be complemented by awareness campaigns and strategies that are based on the proximity (of affected neighborhoods and locations) and not in creating great teams of safeguard.

The subject raised several questions, which were discussed during the following debate. Most of the questions focused on the classification process since the request for the classification of an asset up to the level of protection that is provided to it. There were references to the importance of raising public awareness and the best way to do, and, at this point, the proposals were varied, going through advertising campaigns to raise the above mentioned public awareness, the tourists and the responsibility of various entities, such as municipalities, universities and the state. The debate ended with the reading of a question in the blog, about the current situation of the Casa da Sorte (see here a prompt synthesis).

SALVAGUARDA

12 de Novembro de 2014 | 18h00 | Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa | sala 5.2

Azulejo, bem te querem, mal te querem
Paulo Ferrero

É tido e sabido que o azulejo é um factor identitário da nossa cultura. Aliás, se há “arquitectura portuguesa”, o azulejo será o elemento que melhor a caracterizará. Seja pela via decorativa, seja pela utilitária. Foi mesmo, e poderá sê-lo novamente, um “factor de alavancagem” económica nacional, como agora se diz, por força do “efeito multiplicador” inegável a vários níveis e junto de vários segmentos da economia ao longo de alguns séculos, não poucos.

Contudo, caídos em desuso e considerados mesmo objectos desprezíveis, uns, fruto quiçá de algum complexo novo-rico por terem sido associados em finais de XIX a habitações para classes mais baixas, usados como adorno rápido, barato e bonito, por um lado, mas também como factor de melhor climatização das habitações; os azulejos são hoje remetidos, na maioria esmagadora dos casos para acessório de estação de metropolitano ou, pior, de w.c. de terceira categoria.

Chegado aqui, o que eu vejo por Lisboa, e imagino que passe igual no resto do país, resume-se tristemente a isto: ao roubo e à pilhagem sem precedentes de azulejos de fachada e de interior, um pouco por todo o lado, mais a sua frenética estropiação – para o que muito contribui ao desconhecimento técnico generalizado de quem é suposto conservá-los e repará-los, mais uma regulamentação oficial insípida (quando existente) a nível urbanístico (camarário) e comercial, e logo se vê a facilidade com que azulejos de grande valor aparecem no mercado negro, em “sites” por esse mundo fora, “exportados” sabe-se lá como e por quem, rapinados naquela igreja, naquele solar ou, simplesmente, naquele prédio humilde de Campo de Ourique que teve, algures no tempo, uma linda fachada com decoração Arte Nova.

Mas se os boletins de exportação são contornáveis pelos “exportadores”, convivemos diariamente com uma não menos imoral e ilegítima comercialização, feita à vista de todos, à descarada, nas feiras das ladras(os) e nos próprios antiquários, aliás. De onde vêm aqueles azulejos que se vendem por aí? Têm todos o respectivo certificado de origem?

Pois é, tem ido tudo, mesmo, dos azulejos feitos à mão aos produzidos em série; de painéis completos de átrios esquecidos por aí, a azulejos sabiamente picados e retirados estrategicamente de uma ombreira de porta que ninguém soube fechar.

Que fazer para contrariar esta hecatombe patrimonial?

Planos de salvaguarda. Regulamentar de forma inequívoca e eficaz. Ter mão firme nos infractores. Fazer inventários completos. Apostar no azulejo como “cluster”. Relançar o azulejo como elemento decorativo descomplexado e indutor de conforto das habitações. Certificar empresas e especialistas. Fácil.

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SAFEGUARD


November 12, 2014 | 18h00 | Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa | room 5.2

Azulejo, we love you, we love you not (Abstract)
Paulo Ferrero

It is well-known that the azulejo is a distinctive form of art of our culture. In fact, if there is “portuguese architecture”, the azulejo is the best element that characterizes it.

However, what the author see in Lisbon and imagine that the same happens in the rest of the country, sadly comes down to the unprecedented theft and dilapidation of azulejos. The question is: what can be done to counter this heritage hecatomb? The author’s suggestion are: Plans of safeguarding. Regulations. Combat and punish the infractors. Make inventories. Betting on the azulejo as a “cluster”. Reviving the azulejo as a decorative element with other values. Certify companies and specialists. In his words: It’s easy!

SALVAGUARDA

12 de Novembro de 2014 | 18h00 | Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa | sala 5.2

Suportes legais para a salvaguarda do património azulejar. Bases para uma discussão conjunta.
Elsa Garrett Pinho

A salvaguarda do património cultural – móvel, imóvel e integrado ou aplicado – assenta em dois pilares que se encontram plasmados na lei que define as bases da política e do regime de proteção e valorização do património cultural (Lei nº 107/2001, de 8 de setembro): o inventário e a classificação.

O cumprimento e a aplicação destes princípios pertencem ao Estado, através dos organismos competentes na área da Cultura que, no caso específico do património azulejar (integrado em imóvel ou descontextualizado), estão adstritos a uma única entidade: a Direção-Geral do Património Cultural.

Porque o inventário e a classificação são conceitos jurídicos distintos, também da sua aplicação decorrem diferentes ónus sobre os bens culturais, que se definem, por um lado, pelos direitos e deveres dos seus legítimos proprietários e detentores, mas igualmente pela capacidade dada à administração do património cultural para o exercício de efetiva salvaguarda sobre os mesmos, em contexto de alienação (sobretudo para além das fronteiras nacionais), e de conservação física e/ou restauro dos espécimes.

Nos termos legais, o registo patrimonial de inventário (e a correspondente ação de inventariação) visam o “levantamento sistemático, atualizado e tendencialmente exaustivo dos bens culturais existentes com vista à respetiva identificação” (artigo 19º, nº 1). É o princípio básico de que só é possível proteger o que se conhece! Contudo, de uma forma simplificada, diríamos que a mera inclusão do um bem cultural no Inventário Nacional (independentemente de a sua propriedade ser pública ou privada, sendo que neste último caso carece do consentimento prévio dos proprietários) não lhe confere especial grau de proteção, salvo as óbvias vantagens para fins de estudo e de reconhecimento, num eventual contexto de pós-furto, roubo ou vandalismo.

Para que a salvaguarda tenha efeitos mais concretos e imediatos, importa que os bens culturais tenham sido classificados de acordo com um dos três graus previstos na lei em vigor – interesse nacional, interesse público ou interesse municipal – ou seja, que lhes tenha sido reconhecido “um inestimável valor cultural” (Lei nº 107/2001, de 8 de setembro, artigo 16º e ss.). Só após conclusão do respetivo procedimento administrativo, esses bens passarão a constar do registo patrimonial de classificação, que os hierarquiza e lhes atribui diferentes benefícios e ónus.

A classificação do património integrado, e em particular do património azulejar, é uma questão complexa e nem sempre consensual. Olhando retrospetivamente para as classificações realizadas pela administração, facilmente se apreendem critérios distintos, adotados para realidades similares. Exemplificando: painéis de azulejos aplicados, embora beneficiando dos mesmos ónus que recaem sobre os imóveis, foram autonomizados no próprio diploma de classificação – por vezes a par de bens móveis pertencentes ao mesmo “recheio”, como sucede com a Igreja de São Lourenço, em Azeitão (IIP, Decreto n.º 28 536, DG, I Série, n.º 66, de 22-03-1938) – enquanto noutros casos a proteção é atribuída ao complexo arquitetónico e todo o seu património integrado, sem que este seja destacado ou sequer mencionado no diploma de classificação, como sucede com o Palácio da Quinta das Torres, incluindo o tanque adjacente e a Casa de Fresco em forma de tempietto, também em Vila Nogueira de Azeitão (IIP, Decreto 2/96,  DR, I Série-B, n.º 56, de 06-03-1996).

Quando integrados em imóveis não classificados mas de algum modo considerados em risco por força de obras de requalificação dos espaços, os painéis de azulejos podiam beneficiar de proteção legal própria, como sucedeu em 1983 com o revestimento azulejar setecentista do prédio sito na Rua da Voz do Operário, 1-A, em Lisboa, que ia ser adaptado a unidade de restauração (DR, III Série, nº 264, de 16-11-1983). Neste, como noutros casos idênticos, os painéis foram inventariados (embora com valor atual de classificação) como se de património cultural móvel se tratasse, por se admitir a possibilidade de destacamento da caixa murária [1].

Como bens móveis, integram igualmente o universo de bens inventariados e classificados alguns painéis de azulejos descontextualizados, a que o Estado entendeu atribuir especial grau de proteção como medida pedagógica, em contexto de exportação definitiva, como sucederia em 1983 com três lotes de painéis de azulejos portugueses do séc. XVIII, montados comercialmente e que uma cidadã alemã pretendia levar para Hamburgo. Reconhecendo que os painéis a exportar eram exemplares relativamente comuns da azulejaria portuguesa de Setecentos, a Administração entendeu impedir a sua saída do território nacional por entender que “a qualidade dos azulejos e sobretudo a intenção comercial que os deturpa, deve constituir motivo de apreensão” para além de ser um mau exemplo.

Note-se, porém, que o número total de registos de painéis azulejares inventariados e classificados autonomamente em data anterior à da Lei nº 107/2001 não excede uma dúzia [2], um número absolutamente irrelevante onde se incluem, para além dos casos supracitados, o revestimento setecentista da Capela contígua ao Hospital da Misericórdia de Alhos Vedros (DR, III Série, n.º 233, de 04/10/1958), uma situação incomum em que a proteção do património integrado antecede em cerca de quatro décadas a classificação do próprio edifício (Decreto 2/96, de 6 de março, DR, I Série B, nº 56, de 06/03/1996).

Integram ainda este escasso universo de azulejos com proteção legal alguns painéis cuja aquisição seria negociada pela Administração para enriquecimento das coleções públicas, e que independentemente do desfecho, acabaram aplicados num novo imóvel. São disso exemplo os painéis oitocentistas ditos de cozinha “de fumeiros”, procedentes de um imóvel sito na Rua da Glória, à Graça, e que hoje adornam as paredes da cafetaria do Museu Nacional do Azulejo.
Mas, impõe-se a pergunta, por que razão são tão escassos os exemplos de painéis azulejares classificados, de que modo a sua inclusão no registo patrimonial de classificação se traduz na salvaguarda efetiva desse património e como se materializa essa proteção?

Nos termos da legislação vigente, apenas a classificação confere aos bens culturais garantias de permanência, de manutenção da integridade física e de acesso real a apoios públicos para a sua conservação ou mesmo aquisição pelo Estado, muito embora a extensão destas garantias não seja idêntica para todos os níveis de classificação.

Se integrados na classificação de um bem imóvel, os painéis de azulejos não podem ser deslocados, o que constitui crime punível com pena de prisão até 3 anos ou com pena de multa até 360 dias [3]. Se, pelo contrário, a classificação dos azulejos estiver associada ao património móvel, ou seja, se a especial proteção legal tiver sido atribuído a painéis descontextualizados, constitui igualmente infração criminal a sua saída ilícita do território nacional, sendo que apenas para os painéis classificados como de interesse nacional (ditos “tesouros nacionais”) é interdita a sua exportação ou expedição definitivas. Por outras palavras, se não ficar provado o crime de remoção indevida dos azulejos de um imóvel classificado e se aqueles não estiverem classificados como “tesouros nacionais” [4] mas apenas como de interesse público ou municipal, a administração apenas pode vedar a sua saída do País a título de medida provisória (artigo 64º, nº 3, da Lei nº 107/2001, de 8 de setembro) [5].

Por outro lado, a qualificação e o rigor legalmente exigíveis às intervenções de conservação e restauro a realizar em bens culturais classificados ou em vias de classificação [6] apenas se aplica aos azulejos que sejam considerados bens móveis ou aos que, estando integrados em imóveis, tenham sido identificados “como tal no respetivo ato de classificação ou no ato de abertura do procedimento de classificação” (Decreto-Lei nº 140/2009, de 15 de junho, artigo 1º, nº 2, alínea c)). Fica assim excluído deste regime jurídico um vasto e importante património azulejar, como os painéis de azulejos oitocentistas do Paço de São Vicente de Fora, cujos níveis de degradação e de abandono chegaram a determinar a constituição de uma comissão especial de salvaguarda, em meados da década de 1980, quando as instâncias governativas com responsabilidades sobre o património cultural elegeram a azulejaria e a talha como as expressões artísticas nacionais a salvar, porque caraterísticas da identidade coletiva nacional.
Também de um ponto de vista estritamente economicista, a classificação assume particular relevância para a salvaguarda do património azulejar, no sentido em que apenas os bens culturais classificados como de interesse nacional ou de interesse público “em risco de destruição, perda ou deterioração” podem ser candidatos ao Fundo de Salvaguarda, criado ao abrigo de Decreto-Lei nº 138/2009, de 15 de junho com o propósito de financiar medidas de proteção e de valorização do património cultural classificado. Este fundo público autónomo, com um capital inicial de cinco milhões de euros, visa ainda acudir a situações de calamidade que façam perigar o património cultural, dotando ainda a administração de recursos especiais para, em fim de linha, proceder à aquisição, por compra ou expropriação, de bens classificados para as coleções públicas.

Existindo, em Portugal, os mecanismos legais julgados indispensáveis à salvaguarda do património azulejar, por que razão continua a ser tão difícil obter resultados visíveis, consistentes e duradouros? É o que procuraremos debater, com a colaboração de todos, na próxima sessão de novembro.

Lisboa, Setembro de 2014
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[1] Assim sucederia com o conjunto de azulejos de figura avulsa (caricaturas) retirados do 1º andar do edifício “Flor da Campanhã”, que atualmente são propriedade da Câmara Municipal do Porto.
[2] A partir de 2006, por força do Decreto n.º 19/2006, de 18 de julho, DR, 1ª Série, nº 137, de 18/07/2006, o universo de painéis azulejares com proteção legal seria ampliado com a classificação como Bens de Interesse Nacional (ditos “tesouros nacionais”) de onze novos espécimes incorporados em acervos dos museus nacionais diretamente tutelados pela Cultura.
[3] Artigo 101º da lei de bases do património cultural.
[4] Recordamos que até à presente data existem apenas onze registos azulejares aos quais foi atribuído o nível máximo de proteção jurídica e que este se encontram incorporados em acervos museológicos.
[5] Se até à atualidade os azulejos não têm constituído uma tipologia particularmente procurada ou relevante no mercado internacional de antiguidades, nos últimos anos tem-se verificado uma crescente apetência por este tipo de património, que tem como destinos privilegiados os mercados brasileiro e norte-americano.
[6] Neste particular, a lei não distingue os três graus de classificação, aplicando-se o mesmo princípio aos bens classificados como de interesse nacional, de interesse público ou de interesse nacional.

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SAFEGUARD


November 12, 2014 | 18h00 | Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa | room 5.2

Legal support for the safeguard of the azulejo’s heritage. Bases for a discussion. (Abstract)
Elsa Garrett Pinho

The safeguarding of Portuguese cultural heritage – mobile, immobile and integrated or applied – is based on two pillars: the inventory and classification. The compliance and application of these principles belongs to the State that, in the specific case of the azulejo heritage (integrated in a building or decontextualized), are assigned to a single entity: the Direção-Geral do Património Cultural.

To acquire the immediate and concrete safeguarding effects concerning cultural heritage, it has to be classified according to one of the three grades prescribed in the law – national interest, public interest or municipal interest – meaning, that their “inestimable cultural value” has been recognized. Looking retrospectively to the classifications made by the administration, we can easily perceive the distinct criteria adopted for similar realities. For example: applied panels of azulejo, though benefiting from the same onus that affect the buildings, were made autonomous in the classification diploma itself; while in other cases the protection is attributed to the whole architectural complex and its integrated heritage, without it being highlighted or even mentioned in the classification diploma.

On the other hand, when they are integrated in the classification of a imovable heritage, the panels of azulejo cannot be displaced, which constitutes a crime punishable by imprisonment or fine. If, in contrast, the classification of azulejos is associated with the movable heritage, i.e., if the special legal protection has been assigned to decontextualized panels, their unlawful departure from national territory also constitutes a criminal offense. Wherein only for the panels classified as of national interest (the so called “national treasures”) is forbidden its export or final expedition.

Existing, in Portugal, the legal ways judged indispensable to safeguard the azulejo heritage, why is it still so difficult to get visible results, consistent and lasting? That’s what we will try to discuss with the cooperation of all, in the AzLab next session.

SALVAGUARDA

12 de Novembro de 2014 | 18h00 | Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa | sala 5.2

Convidados:
Elsa Garrett Pinho [Direção Geral do Património Cultural]
Paulo Ferrero [Fórum Cidadania Lx]

Moderador:
Maria João Neto [ARTIS – Instituto de História da Arte/FLUL]

Elsa Garrett Pinho
Doutorada em Belas-Artes (Ciências da Arte/Museologia), pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, com a dissertação “A evolução das coleções públicas em contexto democrático. Políticas de incorporação e vetores de crescimento nos Museus de Arte da Administração Central do Estado (1974-2010)”. Assessora da carreira Técnica Superior do quadro de pessoal da Direção-Geral do Património Cultural (desde 2012) e anteriormente do IPM e do IMC-IP (1998-2012). Docente convidada no Curso de Mestrado em Museologia e Museografia da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (desde 2005), onde lecciona Princípios da Gestão de Museus e Legislação do Património e de Praxis e Gestão Museológica. É autora de vários artigos e livros sobre património cultural e museus.

Paulo Ferrero
É licenciado em Economia e fundador do Fórum Cidadania Lx. Foi assessor de Gabinete junto do SEC (2012) e de Vereação na CML (2007-2011), e deputado municipal substituto (2009-2011).

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SAFEGUARD


November 12, 2014 | 18h00 | Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa | room 5.2

Invited speakers:
Elsa Garrett Pinho [Direção Geral do Património Cultural]

Paulo Ferrero [Fórum Cidadania Lx]

Moderator:
Maria João Neto [ARTIS – Instituto de História da Arte/FLUL]

Elsa Garrett Pinho
Elsa Pinho has a PhD in Fine Arts (Art Sciences/Museology) from the Faculdade de Belas-Artes, Universidade de Lisboa, with the dissertation entitled “A evolução das coleções públicas em contexto democrático. Políticas de incorporação e vetores de crescimento nos Museus de Arte da Administração Central do Estado (1974-2010)” (“The evolution of public collections in a democratic context. Policies of incorporation and growth vectors in the Museums of Art of the Central Government Administration (1974-2010)”). She works at the Direção-Geral do Património Cultural (since 2012), and previously of the IPM and IMC-IP (1998-2012). She is invited professor at Faculdade de Belas-Artes, Universidade de Lisboa, in the Museology and Museography M.A. since 2005, where she teaches Princípios da Gestão de Museus e Legislação do Património e de Praxis e Gestão Museológica (Principles of Museums’ Management and Heritage Legislation and Museological Praxis and Management). She is the author of several articles and books on cultural heritage and museums.

Paulo Ferrero
Paulo Ferrero has a degree in Economy and is the founder of the Fórum Cidadania Lx (Lisbon Citizenship Forum). He was an office consultant to SEC in 2012, and to CML (Lisbon’s City Council) between 2007 and 2011. Also at CML, he was a substitute municipal deputy between 2009 and 2011.

SALVAGUARDA

12 de Novembro de 2014 | 18h00 | Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa | sala 5.2

O desaparecimento constante de conjuntos azulejares, seja por delapidação, furto, vandalismo, venda ou apenas por incúria ou abandono constitui, ou deveria constituir, motivo de grande preocupação comum na medida em que esta é uma das artes que mais identifica a herança cultural portuguesa. Como teremos oportunidade de perceber ao longo do mês de Outubro, através dos textos publicados no blogue AzLab, os mecanismos de salvaguarda do azulejo são muito reduzidos, desde logo a nível dos instrumentos de gestão urbanística, e não respondem, de forma efectiva, aos problemas identificados. A presente sessão do AzLab pretende contribuir para um debate alargado sobre estas questões, centrando a sua atenção na preservação dos revestimentos azulejares in situ, que consideramos essencial como ponto de partida para esta discussão. Antes de nos debruçarmos sobre o problema da circulação e do tráfego de azulejos, importa chamar a atenção para a especificidade deste património, que deve ser entendido na sua articulação com a envolvente, ou seja, em contexto. Assim, é na discussão sobre os mecanismos de salvaguarda (existentes ou não) e nas possíveis contribuições para a sua efectiva implementação que esta sessão do AzLab encontra a sua justificação, procurando participar de forma positiva num debate que se quer cada vez mais alargado e com resultados práticos.

Convidados:
Elsa Garrett Pinho [Direção Geral  do Património Cultural]
Paulo Ferrero [Fórum Cidadania Lx]

Moderador:
Maria João Neto [ARTIS – Instituto de História da Arte/FLUL]

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Imagem: © Inês Leitão

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SAFEGUARD


November 12, 2014 | 18h00 | Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa | room 5.2

The recurring disappearance of azulejo sets, whether due to dilapidation, theft, vandalism, sale or sheer neglect is – or should be – a cause for collective concern, as the azulejo is one of the most distinctive art forms of Portugal’s cultural heritage. As we shall see in greater detail during the month of October, with the aid of the texts published in the AzLab blog, the safeguard procedures applied to azulejos are meagre and unable to solve the aforementioned problems. The purpose of the current AzLab session is to debate this issue on a larger scale, focusing on the preservation of in situ tiled surfaces, deemed an essential starting point for this discussion. However, before dealing with the circulation and traffic of azulejos, the specificity of this kind of heritage must be sufficiently emphasised. Indeed, azulejo decorations can only be fully appreciated in articulation with their surrounding context. This session will then debate the mechanisms (existing or not) employed in the safeguard of azulejos and the possible contributions to their implementation, in an attempt to enhance a discussion in need of a wider audience, and hitherto short of practical results.    

Invited speakers:
Elsa Garrett Pinho [Direção Geral  do Património Cultural]

Paulo Ferrero [Fórum Cidadania Lx]

Moderator:
Maria João Neto [ARTIS – Instituto de História da Arte/FLUL]

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Image: © Inês Leitão